quarta-feira, 7 de junho de 2023

Projeto 'A Escola no Hospital' auxilia pacientes a melhorar desempenho escolar

O que acontece quando uma criança que realiza tratamento ou está internada em um hospital se ausenta com frequência da escola? Como fica o desempenho escolar e como reverter as dificuldades de aprendizagem que podem surgir decorrentes da própria doença ou como comorbidade? Uma iniciativa do Hospital Sobrapar Crânio e Face, de Campinas, une saúde e educação com o objetivo de melhorar o desempenho escolar das crianças com deformidades de crânio e face atendidas na instituição. Por meio de estratégias de aprendizagem, estimulando o contato com conteúdos acadêmicos e auxiliando a inserção do aluno na escola e nos ambientes sociais, o projeto “A Escola no Hospital” tem obtido resultados positivos. Todo o trabalho realizado com as crianças será apresentado durante o “Simpósio Sobrapar: Saúde, Reabilitação e Desenvolvimento Infantil no Contexto Hospitalar”, que acontecerá em Campinas no dia 17 de junho, com inscrições abertas. A paciente Milena Martins Cândido, de 11 anos de idade, com fissura lábio palatina, é um exemplo dos resultados. Ela começou a ser atendida pelo Hospital Sobrapar quando nasceu e integra o projeto desde 2018. Milena aprendeu a ler e a escrever com a psicopedagoga e coordenadora da “A Escola no Hospital”, Raquel Urvaneja. Após a pandemia, Milena retornou ao projeto com muita dificuldade, porém, com o incentivo da mãe e o acompanhamento da psicopedagoga, já apresenta uma boa evolução. Raquel Urvaneja explica que despertar o interesse pela escola e mostrar a cada paciente o quanto é capaz de aprender, extraindo suas principais habilidades e capacidades, é um dos grandes desafios enfrentados nos atendimentos do Hospital Sobrapar. Na maioria das vezes, o tratamento das anomalias craniofaciais pode chegar a até 20 anos de duração e exige consultas frequentes e eventuais cirurgias, fazendo com que o paciente em idade escolar acumule faltas nas aulas. Essas ausências podem prejudicar a compreensão dos conteúdos, gerar defasagem escolar e a perda do vínculo com amigos e professores, aumentando as dificuldades de aprendizagem e reduzindo a vontade de aprender e a inclusão social. Essencial durante o período pandêmico, orientando e acolhendo pacientes e famílias para manter o interesse em permanecer na escola, o projeto continua crescendo e já soma 120 crianças atendidas anualmente. O trabalho em conjunto com a família é outro pilar do projeto. “É sempre necessário acolher as famílias e entender qual o significado da aprendizagem para eles, como foi a experiência na época escolar e como eles podem ajudar e orientar seus filhos. Depois, mostrar e conscientizar sobre o processo de aprendizagem. Com isso, as famílias começam a entender a importância da escola e associar as informações com a realidade da criança”, conta Raquel. Durante o “Simpósio Sobrapar: Saúde, Reabilitação e Desenvolvimento Infantil no Contexto Hospitalar”, que acontecerá entre 8h e 17h, no dia 17 de junho, no Auditório do IOU – Instituto de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço Unicamp, serão discutidos, entre outros temas, a importância da adesão ao tratamento de longo prazo, os aspectos psiquiátricos da criança hospitalizada, os recursos lúdicos na conduta hospitalar e o medo no contexto do hospital. Podem participar profissionais e estudantes das áreas de enfermagem, fonoaudiologia, medicina, nutrição, odontologia, psicologia, psiquiatria, psicopedagogia e serviço social. Inscrições pelo site: Simpósio Multidisciplinar Hospital Sobrapar - Hospital Sobrapar.

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