Os municípios têm papel fundamental na projeção do Brasil no exterior. Em sua apresentação no segundo dia da 3ª Marcha dos Secretários de Turismo, no Ministério do Turismo, a diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Jaqueline Gil, mostrou para secretários e diretores municipais de turismo do país as ferramentas que a Agência oferece para as tomadas de decisão locais que podem mudar a visão que turistas internacionais têm das regiões, diversificando destinos para os países emissores e atraindo mais visitantes. A 3ª Marcha dos Secretários de Turismo é promovida pela Associação Nacional de Secretários e Dirigentes de Turismo (Anseditur) e tem apoio da Embratur. O evento começou na manhã desta terça-feira (2) e se encerra nesta quarta (3) no auditório do Ministério do Turismo (MTur). Jaqueline Gil foi a primeira a se apresentar e, em sua fala, destacou a importância de os destinos trabalharem juntos com a Embratur e o Governo Federal para ampliar a visão que o trade turístico internacional tem do Brasil para além do sol e praia, por exemplo. Jaqueline Gil destacou a importância do turismo regenerativo, uma forma de envolver o visitante diretamente na preservação ambiental do destino, criando elos emocionais e experiências memoráveis e deixando o local melhor que antes. Outro ponto fundamental é a atuação dos trades locais tendo em vista a responsabilidade ambiental e a sustentabilidade e, também, conhecendo a visão que esses turistas trazem dos países de origem. O viajante de um país emissor que não usa mais plástico descartável terá uma experiência negativa ao encontrar o produto em um destino que se vende pela natureza.
“Sustentabilidade e regeneração de ecossistema é o topo da cadeia quando falamos de natureza. Não dá mais para falar de paisagem deslumbrante e sol sem essa visão”, exemplificou. “Nas ações internacionais da Embratur, não distribuímos mais brindes como caneta ou chaveiro. Isso tudo vira lixo. Em vez de continuarmos nessa linha, vamos convidar pessoas a virarem tutores de corais. Eles ganham algo imaterial e uma conexão emocional, que é como queremos que as pessoas se conectem ao Brasil”, acrescentou.
Tomada de decisão
A diretora Jaqueline Gil convidou os secretários e dirigentes para conhecerem e se aprofundarem nos números oferecidos pelo Painel de Dados da Embratur e para que conheçam a agenda de ações e eventos da Agência, uma forma de fazerem parte das iniciativas relacionadas aos seus respectivos municípios e fortalecerem o turismo e a promoção do Brasil no exterior.
Ela também chamou a atenção para o papel da mulher no turismo quando se fala de negócios. De acordo com Jaqueline Gil, dois terços das viajantes do mundo são mulheres. Elas são as tomadoras de decisão de 80% das viagens feitas em grupo por amigos ou família. No setor de turismo de luxo, esse número sobe para 87%.
Outro convite foi para que os municípios conheçam o edital do Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), voltado principalmente para municípios que ainda não tenham rotas internacionais em seus aeroportos.
O projeto é uma parceria da Embratur com o MTur e o Ministério de Portos e Aeroportos e funciona com recursos financeiros do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC). A intenção é criar novas conexões internacionais em municípios que ainda não tem voos para outros países, diversificando assim o número de destinos brasileiros vendidos no exterior.
Diálogo e proximidade
O vice-presidente da Anseditur e secretário do Turismo de Grão Mogol (MG), Ítalo Mendes, elogiou a apresentação. “Foi uma oportunidade de conhecermos as estratégias de posicionamento do Brasil, as novas pesquisas, os novos programas, e sobretudo criarmos oportunidades de trabalho conjunto”, disse.
“Com seu novo trabalho, a Agência tem reposicionado a imagem do país no exterior, diversificando destinos, apresentando novos produtos, resgatando estratégias importantes. Para que nosso trabalho chegue ao conhecimento dos turistas internacionais, precisamos trabalhar alinhados”, acrescentou.
Mendes ressaltou que a Agência vem trabalhando para manter o diálogo e a proximidade com os municípios. O secretário de Turismo de Porto do Mangue (RN), Flávio Filipe Souza, concorda. “Esse direcionamento da nova gestão da Embratur mostra uma visão dos recortes que são vários Brasis, e aponta a empresa nesse rumo de dialogar com os municípios, sair das rotas mais conhecidas e dar um tom de raça e gênero, que é preciso”, afirmou.
A diretora de Turismo de Alta Floresta (MT), Geiziana Nunes, pensa de forma parecida. “Tendo essa proximidade com a Embratur, passamos a realidade que a gente vive na ponta e como isso se relaciona com o que Governo Federal, toma decisões e leva para o mercado internacional. Essa proximidade nos incentiva a caminhar e o diálogo é a melhor forma”, avaliou.
Sobre a apresentação da Agência, ela destacou que as ferramentas oferecidas auxiliam os municípios nas ações de promoção dos destinos. “Esses programas nos interessam muito. Queremos ampliar a estadia dos turistas no nosso destino e que também visitem outras cidades, e temos que acompanhar as tendências de mercado”, refletiu.
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