quinta-feira, 8 de junho de 2023

Montagem do espetáculo A Pane, de Friedrich Dürrenmatt, com direção de Malú Bazán

Fotos de Ronaldo Gutierrez. Ao chamar o seu conto A Pane - depois transformado em teatro -, Dürrenmat não estava pensando apenas na falha mecânica de um Jaguar, evento que leva o protagonista a uma situação inesperada. A pane também diz respeito ao próprio mundo, que é repleto de imperfeições e catástrofes, falhas da justiça, culpas e desculpas. A situação é inusitada: um jogo em que octogenários juristas aposentados encenam suas antigas ocupações e - como diz o juiz anfitrião -, agora não mais presos “a formas, protocolos, leis e todo o entulho inútil dos tribunais”. Neste jogo, eles enredam um próspero representante comercial. Qual o seu crime? Não importa. “Crime é algo que sempre se pode encontrar”. Ao brincar de tribunal, os personagens fazem o público questionar o conceito de justiça, seus sistemas e um mundo “de inocentes com culpa e culpados sem culpa”. A encenação reúne atores de várias gerações, para falar não de uma história antiga, mas de “uma história ainda possível”, como o autor a qualifica. O espetáculo fez sua primeira temporada em 2021, no Sesc Santana, e prosseguiu com apresentações no Teatro FAAP e teatros da prefeitura de São Paulo, em uma temporada beneficente, em 2023, reestreia no Teatro Itália, a partir do dia 07 de junho. A Pane também circulou em unidades do Sesc no interior de São Paulo e recebeu duas indicações ao prêmio Bibi Ferreira na categoria melhor ator coadjuvante.

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