O pânico que ninguém vê: quando o corpo da mulher fala o que foi silenciado por anos
Acordar no meio da noite com o coração acelerado, sentir uma onda de calor e formigamento nas mãos, achar que vai morrer — mesmo sem razão aparente. Para muitas mulheres, essas experiências têm nome: síndrome do pânico. E, embora pareçam surgir do nada, elas são respostas legítimas a uma sobrecarga emocional que o corpo não consegue mais conter.
O psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), explica que, quase sempre, o pânico representa um pedido urgente de atenção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a desenvolver transtornos de ansiedade — quadro no qual se inclui a síndrome do pânico. O Brasil lidera os índices globais, com 9,3% da população afetada. Com base na estimativa populacional da época da pesquisa (cerca de 207 milhões), esse percentual corresponde a aproximadamente 19 milhões de pessoas. Grande parte delas tenta seguir a rotina sem demonstrar sofrimento.
O corpo grita o que a fala não nomeou - Para Jair Soares, o pânico é, na maioria das vezes, a etapa final de uma longa história emocional não contada. “A mulher moderna acumula funções, expectativas e papéis. Mas, em meio a tudo isso, aprende também a silenciar suas dores. O corpo, então, fala por ela”, afirma.
A TRG, método desenvolvido por Soares, atua no reprocessamento de experiências emocionais não compreendidas no passado. “A mulher pode ter vivido negligência, violência emocional, sobrecarga desde a infância. São traumas que o tempo não apagou e que, quando não olhados, voltam em forma de crise de pânico — como se algo explodisse por dentro”, completa.
Maternidade, trabalho, culpa: o pano de fundo silencioso - A crise não chega com aviso, mas raramente vem sozinha. Em relatos frequentes, mulheres apontam momentos de exaustão mental, crises no puerpério, sensação de solidão na rotina doméstica ou ausência de reconhecimento no trabalho como gatilhos para episódios de pânico. Ainda assim, muitas evitam buscar ajuda. Estudos como o da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Psychiatry Research, reforçam essa visão ao demonstrar que traumas de infância, combinados com alta carga de estresse atual, estão diretamente associados ao desenvolvimento da síndrome do pânico em mulheres adultas.
A saída: reprocessar e não apenas aguentar - Diferentemente de abordagens tradicionais, que se concentram em controlar sintomas, a TRG busca reprogramar o sistema emocional, identificando a origem da dor. “É comum que pacientes cheguem ao consultório sem entender por que estão em pânico. Elas só sabem que algo está errado. E, quando encontram esse ponto de origem, tudo começa a mudar”, explica Soares.
O tratamento não se opõe ao uso de medicamentos, mas sustenta que eles não devem ser a única resposta. “O alívio vem do reprocessamento pois é quando se trabalha a causa do problema e não os sintomas. Quando a causa desaparece, os sintomas também. Muitas vezes, isso já basta para que o corpo pare de gritar e, como consequência, o desmame dos medicamentos é inevitável”, conclui.
O psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), explica que, quase sempre, o pânico representa um pedido urgente de atenção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a desenvolver transtornos de ansiedade — quadro no qual se inclui a síndrome do pânico. O Brasil lidera os índices globais, com 9,3% da população afetada. Com base na estimativa populacional da época da pesquisa (cerca de 207 milhões), esse percentual corresponde a aproximadamente 19 milhões de pessoas. Grande parte delas tenta seguir a rotina sem demonstrar sofrimento.
O corpo grita o que a fala não nomeou - Para Jair Soares, o pânico é, na maioria das vezes, a etapa final de uma longa história emocional não contada. “A mulher moderna acumula funções, expectativas e papéis. Mas, em meio a tudo isso, aprende também a silenciar suas dores. O corpo, então, fala por ela”, afirma.
A TRG, método desenvolvido por Soares, atua no reprocessamento de experiências emocionais não compreendidas no passado. “A mulher pode ter vivido negligência, violência emocional, sobrecarga desde a infância. São traumas que o tempo não apagou e que, quando não olhados, voltam em forma de crise de pânico — como se algo explodisse por dentro”, completa.
Maternidade, trabalho, culpa: o pano de fundo silencioso - A crise não chega com aviso, mas raramente vem sozinha. Em relatos frequentes, mulheres apontam momentos de exaustão mental, crises no puerpério, sensação de solidão na rotina doméstica ou ausência de reconhecimento no trabalho como gatilhos para episódios de pânico. Ainda assim, muitas evitam buscar ajuda. Estudos como o da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Psychiatry Research, reforçam essa visão ao demonstrar que traumas de infância, combinados com alta carga de estresse atual, estão diretamente associados ao desenvolvimento da síndrome do pânico em mulheres adultas.
A saída: reprocessar e não apenas aguentar - Diferentemente de abordagens tradicionais, que se concentram em controlar sintomas, a TRG busca reprogramar o sistema emocional, identificando a origem da dor. “É comum que pacientes cheguem ao consultório sem entender por que estão em pânico. Elas só sabem que algo está errado. E, quando encontram esse ponto de origem, tudo começa a mudar”, explica Soares.
O tratamento não se opõe ao uso de medicamentos, mas sustenta que eles não devem ser a única resposta. “O alívio vem do reprocessamento pois é quando se trabalha a causa do problema e não os sintomas. Quando a causa desaparece, os sintomas também. Muitas vezes, isso já basta para que o corpo pare de gritar e, como consequência, o desmame dos medicamentos é inevitável”, conclui.
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